Haiti condena número dramático de 1.300 mortos após poderoso terremoto

Lançado na segunda-feira, 16 de agosto de 2021 às 01h40

Um poderoso terremoto no sábado no Haiti matou pelo menos 1.300 pessoas e feriu 5.700, deixando milhares desabrigados no sudoeste do país ou abandonados em busca de entes queridos.

Moradores e trabalhadores humanitários estiveram ocupados no domingo de maneiras limitadas para localizar sobreviventes após o terremoto, que mediu 7,2 na escala Richter.

Várias máquinas pesadas, caminhões e retroescavadeiras estavam ocupados movendo lajes de concreto de prédios desabados na cidade de Les Cayes, perto do epicentro, a 160 km da capital haitiana, Porto Príncipe, informou a AFP no local.

O terremoto ocorreu às 8h29 (12h29 GMT) no sudoeste do Haiti no sábado. Na noite de domingo, uma estimativa feita pela Defesa Civil do Haiti estimou 1.297 pessoas mortas. Quase 30.000 casas foram destruídas ou danificadas.

No prédio de dois andares de Marcel François em Les Gays, apenas ruínas permanecem.

“Foi a graça de Deus e graças ao meu telefone por me manter vivo porque pude dizer às pessoas de fora onde eu estava”, disse o jovem de 30 anos à AFP.

O trabalho de seu irmão mais novo, com a ajuda de um vizinho, arrastou-o para fora dos escombros por mais de três horas, apenas com a força de suas mãos.

“Eu estava no ônibus para o trabalho quando o terremoto aconteceu. Pude entrar em contato com Marcel por telefone, mas ele me disse para + vir e me salvar, estou sob o concreto”, testemunhou Jab François.

Com um ferimento na cabeça, uma vez arrancado de blocos de concreto e móveis quebrados, Marcel François foi imediatamente levado às pressas para o hospital em estado de choque, sem notícias de sua filha de 10 meses, ainda presa nos escombros.

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“Achei que meu bebê estava morto. Eu estava chorando quando cheguei ao hospital, pedi demissão”, diz emocionado o jovem de 30 anos.

Graças à ação conjunta dos cidadãos e de seu tio, quatro horas após o terremoto, a pequena Ruth Marley Allia François foi evacuada de sua casa.

– Recuperação interrompida –

No entanto, os esforços de socorro para ajudar as pessoas afetadas correm o risco de chuvas fortes e inundações rápidas à medida que a depressão tropical se aproxima de Grace, disse o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA. É esperado para a noite de segunda a terça-feira, e o país está em alerta máximo.

Pessoal e remédios já foram enviados pelo Ministério da Saúde para o sudoeste da península, mas suprimentos de emergência estão em risco, pois o Haiti está inseguro há meses.

Mais de dois quilômetros, única estrada que liga a capital ao sul do país, a parte pobre da cidade de Mortisant está sob controle armado desde o início de junho, o que a impede de circular livremente.

Alguns hospitais nas áreas afetadas estão lutando para fornecer tratamento de emergência.

Instalados em bancos, enrolados em cadeiras ou deitados no chão em lençóis, os feridos aguardavam tratamento no domingo em um hospital na cidade costeira de Kays, informou a AFP.

Muitos países, incluindo Estados Unidos, República Dominicana, México e Equador, já prestaram assistência no envio de pessoal, alimentos de emergência e equipamentos médicos.

O primeiro-ministro Ariel Henry agradeceu no domingo à comunidade internacional por declarar estado de emergência de um mês em quatro áreas afetadas pelo desastre.

O chefe de governo apelou aos seus concidadãos pela “unidade nacional”: “Queremos a resposta certa depois do terramoto de 2010. Toda a ajuda externa deve ser coordenada pela Direcção da Defesa Civil.”

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“Vamos esquecer nossas lutas”, disse o Sr. Presidente do país mais pobre dos Estados Unidos. Henry implorou, em meio à crise após o assassinato do presidente Jovnell Moss em 7 de julho.

– Memórias do terremoto de 2010 –

Ainda nos lembramos do terremoto de 12 de janeiro de 2010 que devastou a capital e muitas cidades do interior.

O desastre matou mais de 200.000 pessoas e feriu mais de 300.000, enquanto mais de um milhão e meio de haitianos perderam suas casas. Os esforços do país para se recuperar dessa catástrofe foram prejudicados por uma forte instabilidade política.

Onze anos depois, a ilha ainda vive uma grave crise sócio-política, com seu líder Jovnell Moss assassinado no mês passado.

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